quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

11/365



11/365

                            Acreditamos passar por um momento de muita dificuldade até cruzar o caminho de alguém que está com dificuldades muito superiores à nossa, e que está levando essa dificuldade sem reclamar do fardo que carrega; ou até mesmo quando passamos por alguma outra dificuldade que era ainda maior do que a antiga, então percebemos que muitas das vezes fazemos com que os nossos problemas sejam muito maiores do que eles realmente são, e que devemos ter resiliência.
                         Isso vem por alguns motivos que citarei a seguir. Seja por focar de mais em um problema e esquecer dos outros elementos do mesmo problema, por exemplo: Uma festa vão 6 amigos, é extremamente problematizado o fato de que um carro só cabe 5 pessoas, mas outros detalhes como qual a festa, onde irão depois, quanto tempo ficaram, e etc., são deixados de lado. Focando muito em apenas um problema, você esquece de ver a situação num geral como um todo, e isso causa frustração, e você transforma o problema em algo muito maior do que realmente é.
                     Outro exemplo é uma discussão, onde duas pessoas extremamente estressadas no ambiente de trabalho discutem, e mutuamente se magoam. Uma verbalmente e outra com atitudes e ações de indiferença e desprezo. Nesta situação onde os dois estão errados, aquele que reconhecer primeiro que errou acaba por levar toda a “culpa” da situação, e focar na própria culpa ao invés de focar (mais uma vez) na situação como um todo. Focando apenas na própria culpa e ignorando os outros elementos presentes nessa discussão, a pessoa se sentirá extremamente culpada e tomará a dor pelos dois.
                    E como um último exemplo para finalizar essa prosa, em um relacionamento entre mãe e filho, quando há uma discussão por algum motivo bobo, como ao lavar a louça o filho não secou a pia, e os dois lados ficam magoados, um pela falta de agradecimento e outra pela falta de zelo, e palavras de mágoa e ódio são trocadas, o filho se sente injustiçado, e a mãe sente que o filho está de má vontade.  Por ter tanta mágoa acumulada, o filho decide que é hora de ir embora de casa, pois não se sente bem no mesmo ambiente que sua mãe, e por focar tanto nas próprias mágoas, não consegue ver que sua mãe só queria lhe ajudar, e decide fugir da situação sem admitir que também estava errado. Só consegue enxergar que estava sendo injustiçado e maltratado pela própria mãe, e vai limitar o próprio aprendizado por causa disso.
                  Enquanto todas essas situações acontecem, e reclamam dessas dificuldades, é esquecido de que o fato de ir à uma festa é uma diversão, que o ambiente de trabalho estressante prejudica os dois e de que ambos poderiam colaborar para ir mais longe, e de que se houvesse uma conversa sincera retratando o ponto de vista de cada um no ambiente familiar não haveria necessidade de uma separação baseada em mágoas. Isso você só percebe quando vê alguém passando por uma dificuldade muito maior e real, ou quando você sente muita, muita dor, a ponto de não conseguir achar uma solução ou sair da cama, e então você percebe, que aquele problema antigo não era tão grande quanto você o fez parecer, e que a partir da resiliência você pode transpassar esse obstáculo e seguir adiante com mais vigor e maturidade do que teve antes.

Alisson David Frangullys – 11/JAN/2018   23:19  GMT -3

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