quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

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                                As vezes uma segunda chance não é o suficiente. Como mencionado nos textos anteriores, aprendemos lições com as dificuldades que passamos durante a vida, mas isso de nada adianta se não aplicarmos o que aprendemos em situações no futuro. Conhecimento bruto é comparável com um bloco de gesso, aquele que souber utilizar bem pode tirar o melhor proveito e lapidar maravilhas, enquanto outros que negligenciam o conhecimento ficarão presos para sempre com este bloco de pedra (aparentemente inútil para aquele que o carrega).
                             Então mesmo com o conhecimento, é um próprio aprendizado saber adaptar o que você aprendeu em outras situações. Em outras palavras, um dia você vai passar por algo que é equivalente à sua segunda chance em algo, mas você vai falhar, e com isso vai perceber que se tivesse adaptado um conhecimento que adquiriu anteriormente poderia ter evitado isso de acontecer. E que nada é sempre igual e toda situação é única. Portanto saber adaptar aquilo que se aprendeu é extremamente necessário, tanto quanto (ou até mesmo mais) o aprendizado que se teve. A seleção natural deixa vivo aqueles que sabem se adaptar ao ambiente e sobrevivem mesmo sob condições adversas.
                          Estamos em constante aprendizado, o tempo todo, portanto não se sinta mal se você precisar mais do que uma segunda chance, pois as vezes não é o suficiente para aprender uma lição difícil.  Sabendo disso, é importante olhar para como você trata os erros alheios, se é com julgamento profundo ou se é com compreensão e amor. Há uma diferença gigantesca apenas mudando a forma de olhar a situação. Se erramos, as vezes mais de uma vez, e sentimos que aprendemos cada vez mais, merecemos o perdão; mas para merecermos o perdão devemos aprender a perdoar. Tem uma parábola que Jesus conta aos seus discípulos em Mateus 18:21-35 sobre o perdão, independente da sua religião eu recomendo altamente que leia (existem versões de leitura fácil da bíblia se você encontrar dificuldade com o texto traduzido originalmente).
                         Estar ciente sobre os próprios erros nos abre para o perdão e nos torna mais compassivos e menos julgadores críticos. Ainda mais quando percebemos que cada situação é única, e que rapidamente devemos considerar uma infinidade de elementos ao tomar uma decisão que seja certeira, e fazer isso é uma atividade muito complexa e passível de erros. Quando aprendemos isso em nós, uma série de coisas acontecem. Descobrimos os nossos erros em situações que antes só enxergávamos o erro do outro. Percebemos nos outros quando os vemos errando como já fizemos um dia em outra situação; e, finamente, nos vemos no outro, lembramos dos nossos próprios erros e tal compreensão gera empatia e amor, levando ao perdão.
                     Por isso que apenas passar por dificuldades e aprender as lições dela de nada adiantam se não for bem usada, e julgar o próximo por ele não ter aprendido ainda uma lição ou por não ter aprendido a adapta-la é uma atitude extremamente negativa, mesmo que a mágoa e a dor façam com que tenhamos vontade de apontar dedos, isso é apenas um erro grave a ser evitado. Para cada dedo que você aponta, pelo menos três voltam para você. E aquela história de que um copo ao cair no chão é estilhaçado e nunca mais voltará a ser como era, depende de quem é o dono do copo muito mais do que quem quebrou. Supondo que você seja o dono do copo, que tipo de dono é você?

                Alisson David Frangullys   ---  03:04    10/JAN/2018, GMT -3    Texto atrasado para o dia 9

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