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As vezes uma
segunda chance não é o suficiente. Como mencionado nos textos anteriores,
aprendemos lições com as dificuldades que passamos durante a vida, mas isso de
nada adianta se não aplicarmos o que aprendemos em situações no futuro.
Conhecimento bruto é comparável com um bloco de gesso, aquele que souber
utilizar bem pode tirar o melhor proveito e lapidar maravilhas, enquanto outros
que negligenciam o conhecimento ficarão presos para sempre com este bloco de
pedra (aparentemente inútil para aquele que o carrega).
Então
mesmo com o conhecimento, é um próprio aprendizado saber adaptar o que você
aprendeu em outras situações. Em outras palavras, um dia você vai passar por
algo que é equivalente à sua segunda chance em algo, mas você vai falhar, e com
isso vai perceber que se tivesse adaptado um conhecimento que adquiriu
anteriormente poderia ter evitado isso de acontecer. E que nada é sempre igual
e toda situação é única. Portanto saber adaptar aquilo que se aprendeu é
extremamente necessário, tanto quanto (ou até mesmo mais) o aprendizado que se
teve. A seleção natural deixa vivo aqueles que sabem se adaptar ao ambiente e
sobrevivem mesmo sob condições adversas.
Estamos
em constante aprendizado, o tempo todo, portanto não se sinta mal se você
precisar mais do que uma segunda chance, pois as vezes não é o suficiente para
aprender uma lição difícil. Sabendo
disso, é importante olhar para como você trata os erros alheios, se é com
julgamento profundo ou se é com compreensão e amor. Há uma diferença gigantesca
apenas mudando a forma de olhar a situação. Se erramos, as vezes mais de uma
vez, e sentimos que aprendemos cada vez mais, merecemos o perdão; mas para
merecermos o perdão devemos aprender a perdoar. Tem uma parábola que Jesus
conta aos seus discípulos em Mateus 18:21-35 sobre o perdão, independente da
sua religião eu recomendo altamente que leia (existem versões de leitura fácil
da bíblia se você encontrar dificuldade com o texto traduzido originalmente).
Estar
ciente sobre os próprios erros nos abre para o perdão e nos torna mais compassivos
e menos julgadores críticos. Ainda mais quando percebemos que cada situação é
única, e que rapidamente devemos considerar uma infinidade de elementos ao
tomar uma decisão que seja certeira, e fazer isso é uma atividade muito
complexa e passível de erros. Quando aprendemos isso em nós, uma série de
coisas acontecem. Descobrimos os nossos erros em situações que antes só enxergávamos
o erro do outro. Percebemos nos outros quando os vemos errando como já fizemos
um dia em outra situação; e, finamente, nos vemos no outro, lembramos dos
nossos próprios erros e tal compreensão gera empatia e amor, levando ao perdão.
Por isso que
apenas passar por dificuldades e aprender as lições dela de nada adiantam se
não for bem usada, e julgar o próximo por ele não ter aprendido ainda uma lição
ou por não ter aprendido a adapta-la é uma atitude extremamente negativa, mesmo
que a mágoa e a dor façam com que tenhamos vontade de apontar dedos, isso é
apenas um erro grave a ser evitado. Para cada dedo que você aponta, pelo menos
três voltam para você. E aquela história de que um copo ao cair no chão é
estilhaçado e nunca mais voltará a ser como era, depende de quem é o dono do
copo muito mais do que quem quebrou. Supondo que você seja o dono do copo, que
tipo de dono é você?
Alisson David
Frangullys --- 03:04
10/JAN/2018, GMT -3 Texto
atrasado para o dia 9
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