sexta-feira, 19 de outubro de 2018

78/365 - Foco na escrita


78/365

Pouco mais de dois meses para o fim do ano, e eu ainda estou bem longe da minha meta, que foi praticamente abandonada no terceiro mês do ano. Tentando correr atrás do tempo perdido, me pergunto, qual é o foco do que eu escrevo, realmente?

            Quando eu estava discutindo com uma amiga sobre a publicação do que eu escrevo, ela disse que eu deveria ter um público alvo, pois se ficasse muito disperso, eu não teria público algum. A minha resposta a ela foi que eu escrevo para mim mesmo, sobre coisas que eu aprendi e quero compartilhar com outras pessoas para que elas não tenham que sofrer os mesmos erros que eu sofri para aprender algo de valor. Mas também incluo até músicas no repertório de escrita, então é algo bem disperso sim.

            Deveria colocar um foco naquilo que eu estou escrevendo agora para tentar manter um padrão bem organizado de um nicho só? Talvez, mas não é o que eu vou fazer, acho que não posso limitar o que eu estou escrevendo agora, pois isso tudo aqui vale até mesmo como uma prática para diversos tipos diferentes de escritas, o foco principal seria manter o foco e sempre estar trabalhando sobre o que eu estou aprendendo. Uma garantia de que eu estaria aprendendo algo todos os dias. Ao menos nessa jornada de 365 textos. Tenho vários manuscritos que nunca encontraram a luz do dia dentro da memória do computador, reflexões feitas e gravadas em áudios, discussões que ainda estou digerindo e avaliando as ideias de amigos, familiares, e sobre toda matéria lida, todas feitas este ano.

            Acredito que o que eu escrevo é mais baseado pelo meu sentimento do que pela minha racionalidade no momento, a não ser que seja um texto planejado, como foi o último sobre a ansiedade e a ilusão de vida perfeita que as redes sociais estão dando para as pessoas. Mas este texto só viu a luz do dia quando eu estava me sentindo da forma que eu achei necessária para tal.

            Sendo racional ou emocional, os textos aqui tem intenções e efeitos diferentes, e acho que isso é o que diferencia de textos genéricos que falam sobre amor, sexo, e política. Quando você foca para um nicho, você necessariamente vai querer agradar tal nicho para que ele consuma o seu produto, quando não há essa necessidade, você pode falar o que quiser sem amarras e medo de ter sucesso ou não. E acho que isso é muito mais importante do que a tal da fama. Se for para atingir a fama, que seja pela sinceridade e qualidade, e não com a visão de agradar um público alvo para que consuma. Pois é assim que começa a corrupção, dentro de si mesmo. E é a corrupção que eu luto contra, não vou poder mentir para mim mesmo enfeitando palavras para agradar algumas pessoas para que elas consumam o que eu estou criando. Se elas vierem que seja pela honestidade e alusão das referências.
PS: Ironicamente estou 7 meses atrasado hoje. Escrevendo dia 19/10 para 19/03. Vou ter que pagar pela minha inconsciência através do trabalho bruto
Alisson David Frangullys – 19/OUT/2018   00:57   GMT -5 (Texto para o dia 19/MAR/2018)