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Altruísmo e egoísmo foram um dos
tópicos mais debatidos durante uma discussão que eu tive com o Sr.Coan e o
Sr.Silvério; eles apresentaram as versões deles, e isso modificou um pouco da
minha, que irei apresentar-lhes agora.
Eles acreditam que precisamos
passar por um período de egoísmo, para podermos estar bem, e só assim estar
disponível para ajudar o próximo. Afirmam que se não ligarmos para nós mesmos
em primeiro lugar, ninguém nunca o fará e, portanto, estaremos vivendo sempre
em segundo plano. E deixar de fazer coisas para nós mesmos para fazer pelos
outros é um dos maiores erros que podemos estar cometendo, pois estamos
evitando o nosso próprio crescimento e desenvolvimento em detrimento de ajudar
alguém que com toda a certeza do mundo será mal-agradecido e irá esquecer de
você assim que você não tiver mais utilidade alguma.
Outro ponto do assunto debatido é
que o egoísmo não é algo ruim por si só, mas sim um mal necessário para que
possamos ter paz de espírito e termos um caminho bem definido e seguro durante
a nossa caminhada pela vida.
Eu já vejo de uma maneira um
tanto quanto diferente. Acredito que o altruísmo deve ser feito em primeiro
plano sempre, sobretudo sob o egoísmo. Não acho que se eu compartilhar o pouco
que eu tenho faltará para mim, pois se eu tive a capacidade de conseguir alguma
coisa, mesmo que pouco, eu sei que vou conseguir novamente, mas aquele que
nunca teve essa oportunidade de conseguir, terá quando eu dividir com ele. O
altruísmo é um caminho doloroso, triste, sozinho, e mal recompensado.
Aquele que faz o verdadeiro bem, não vai falar sobre o ato, e ficará nas
sombras para sempre, sendo até mal falado pelos outros que nunca o verão fazer
o bem. Aqueles que você ajuda por ajudar, seja da forma que for, deve ser feito
por querer ajudar, e não por esperar algo em troca, muito menos esperar algo em
troca, nem mesmo um agradecimento. Pois aquele que faz o bem esperando qualquer
coisa em troca não é um bem feitor, e sim um negociante. Será sempre solitário
pois terá de carregar além das próprias dores, as dores alheias. Triste pois o
altruísta verá o pior lado do ser-humano, e daqueles que ama e o rodeiam, mas
ainda assim irá dar amor e terá compaixão com esses, nunca virando as costas
para o próximo nos momentos de dificuldade; mesmo que esteja chateado/brabo com
eles. Sozinho pois ninguém nunca vai reconhecer o bem que ele fez, e mal
recompensado justamente por ninguém nunca reconhecer os seus bons atos.
Será sempre usado pelos outros, taxado de fraco e idiota. Mas nada disso
importa realmente para aquele que é altruísta, pois ele sabe que é mais forte
que todos os outros juntos, por conseguir ter a sagacidade de sempre superar os
próprios limites, carregar as próprias dores e ainda estar ajudando o próximo.
Acharão que ele é um idiota por sempre ser usado pelos outros, mas ele sabe bem
que é assim que funciona, e decide ajudar da melhor forma que sabe mesmo assim,
pois sabe que o outro, por mais egoísta que seja, necessita dele.
Isso não quer dizer que ele deixará de fazer as coisas para si próprio,
nem que deixará de evoluir por conta. Mas sim que estará sempre fazendo isso, e
quando surgir a oportunidade de poder fazer o bem e ajudar alguém não vai
pestanejar ou pensar duas vezes antes de fazê-lo.
O altruísta deve aprender a suportar todas as dores, o tempo todo; estar
sempre no próprio limite, mas mesmo assim seguir adiante. Sem desistir. Talvez
pela caminhada tortuosa ele seja abalado, várias e várias vezes, mas assim que
ele se levantar do fundo do poço irá retomar a sua jornada. Espalhando sempre
amor, e distribuindo o perdão para aqueles que o fizeram mal.
Tudo isso é muito bonito na teoria, mas na prática só tem dor e muito
sofrimento. Aos verdadeiros altruístas, ou àqueles que buscam essa caminhada,
saibam que o mundo é um lugar muito melhor por causa de gente como nós, e não
importam o que digam, o que é certo é sempre certo, e o que é errado é sempre
errado. Não importa quantas pessoas estejam fazendo o que é errado, isso não
muda o fato da moralidade
Por você ser assim, deve tirar forças de si mesmo, por saber que você é
um verdadeiro herói; sem capa, sem nome, sem rosto, mas é assim que os
verdadeiros heróis são, eles se tornam assim pois o mundo precisou deles assim,
e não por glória nem fama. Pode até ser um efeito colateral ser reconhecido
algum dia e outros seguirem o seu exemplo, mas não o foco principal da sua luta
e da sua jornada. Ser altruísta é para poucos, muito poucos; há muitas pedras
pelo caminho e muitos vacilos serão cometidos, mas saber reconhecer os erros e
evitar comete-los novamente é o que nos fazem melhorar a cada dia. E assim são
os verdadeiros guerreiros do dia-dia, dia pós dia, cada um com a sua luta e com
o seu fardo.
Alisson David Frangullys –
24/JAN/2018 11: 26 (Texto substituto do dia 23)
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